Paciente atingida por arpão se recupera rapidamente
Elisângela Borborema Rosa já anda, fala e se alimenta normalmente.
Dona de casa ficou internada 18 dias no Hospital Estadual Roberto Chabo, em Araruama.
No início de maio, a dona de casa Elisângela Borborema Rosa viveu um verdadeiro milagre. Ela foi atingida por um tiro de arpão na cozinha de sua casa em Arraial do Cabo, que fraturou a coluna cervical, podendo deixá-la tetraplégica ou leva-la à morte instantânea. Felizmente, o final foi bem diferente do todos poderiam imaginar e do que os prognósticos apontavam. Depois de 18 dias internada no Hospital Estadual Roberto Chabo, Elisângela voltou à unidade, nesta quarta-feira (26), andando e falando, sem nenhuma sequela grave. Junto com o marido, Adriano Goulart, Elisângela foi a uma revisão com o neurocirurgião da unidade.- A peculiaridade do acidente é que a ponta do arpão penetrou a região entre o canal anterior vertebral e o canal da medula. Caso o objeto atingisse apenas 1 centímetro para dentro, a paciente ficaria tetraplégica; se atingisse 1 centímetro para fora, alcançaria uma artéria que irriga o cérebro, levando-a a óbito – explica Allan da Costa, neurocirurgião que operou Elisangela.
Além da consulta, a dona de casa passou por exames de revisão como tomografia computadorizada e raios-x. Para Elisângela, a atenção que ela vem recebendo do Hospital Estadual Roberto Chabo tem sido um diferencial na sua recuperação.
– Os profissionais foram muito atenciosos, me senti bem acolhida no hospital. A agilidade do atendimento ajudou e acredito que não tenha ficado com nenhuma sequela por causa disso. Eu sinto um pouco de dor por causa do colete, mas isso não é nada. Eu estou viva e isso é o mais importante – disse.
O médico que atendeu a dona de casa, o neurocirurgião Dennis Ferreira de Souza, afirma que a velocidade da recuperação é tão grande que em pouco tempo ela voltará a ter uma vida normal.
– A recuperação dela tem sido muito satisfatória. Elisângela está usando um colar cervical para estabilizar a coluna por causa da fratura. Ela também tem feito sessões de fisioterapia para melhorar um o lado direito que ficou um pouco fragilizado, mas nada que atrapalhe bruscamente os seus movimentos. Os exames estão com bons resultados, agora é fazer acompanhamento, ela vai voltar ao hospital daqui a uma semana. Acredito que em dois ou três meses, ela vai estar totalmente recuperada – complementa o neurocirurgião.
Planos – Além do marido, Elisângela também está tendo apoio de toda a família, principalmente dos filhos pequenos. De acordo com ela, a filha mais velha de apenas 10 anos, cuida muito bem da mãe. Perguntada sobre o que fará quando estiver completamente recuperada, Elisângela diz que quer ir mais à praia e dançar.
– Na verdade eu não tenho pensado muito nisso. Estou mais focada na minha recuperação e em ficar ao lado dos meus filhos – disse.
Outro caso de sucesso com arpão – Em março de 2009, outra vítima de um acidente com arpão foi atendida com sucesso em uma unidade da rede estadual de saúde. O pintor de automóveis Emerson de Oliveira Abreu teve a cabeça perfurada por um arpão enquanto praticava caça submarina. Um amigo, que o acompanhava de um barco, viu quando ele se feriu embaixo d’água e pediu ajuda. Bombeiros do Grupamento de Socorro de Emergência prestaram os primeiros-socorros e levaram o mergulhador para o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, onde ele foi submetido a uma delicada cirurgia para a retirada da arma. O arpão penetrou 25 centímetros da região frontal direita do cérebro do paciente.
Na época, o médico que realizou a cirurgia afirmou que o paciente não perdeu a visão por milímetros.
– A lança passou por trás do globo ocular, perto do nervo ótico. Havia muito edema na região orbital. O arpão passou perto da artéria que vasculariza o cérebro, a carótida. Se ela fosse atingida, dificilmente ele sobreviveria – explicou neurocirurgião Manoel Moreira.
Foram 10 dias de internação sem a necessidade de uma segunda cirurgia. De lá pra cá, Emerson voltou a trabalhar e leva uma vida normal e produtiva.
FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br