Paciente com tumor supera prognóstico e surpreende equipe do Instituto do Cérebro
Apenas dez dias após a cirurgia, jovem de 18 anos encanta médicos tocando piano no hall da unidade. E ainda recebe pedido de casamento do namorado no dia da alta
No final de 2013, o diagnóstico de um tumor no cérebro ameaçou pôr fim nos planos de vida da jovem estudante Ana Carina Toucher, de 18 anos, moradora de Campo Grande. Acometida por uma dor de cabeça constante, Ana viu o quadro se agravar no fim de novembro, quando passou a sentir náuseas e vômitos, além de perda parcial da coordenação motora e dor no pescoço. Preocupada com os sintomas, procurou um serviço de saúde, que diagnosticou a doença. Ana ficou internada no CTI por uma semana e foi encaminhada ao Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, onde realizou a cirurgia para a retirada do tumor. Entre a descoberta da doença e a operação foram apenas 13 dias. Dez dias depois, já estava tocando piano na unidade, no retorno para a revisão do procedimento.
– Quando recebi o diagnóstico, foi um banho de água fria. A gente nunca espera que vai ficar doente. Mas sempre tive fé que ia sair dessa situação. O médico me disse que o agravamento do tumor pode ter sido causado por alguma situação emocional forte e no ano passado vivi alguns momento ruins, como a morte do meu avô e o infarto da minha tia – conta.
A cirurgia aconteceu no dia 09 de dezembro e dois dias depois a paciente já teve alta. De lá pra cá, voltou duas vezes ao instituto para consultas de revisão e, na última, em 9 de janeiro, recebeu alta definitiva.
– O tumor estava crescendo e eu precisava operar com urgência senão podia morrer. Fui encaminhada para o Instituto Estadual do Cérebro e lá os médicos me esclareceram que se tratava de um procedimento com riscos, que eu podia ter sequelas, ficar sem andar, falar, ouvir. Mas felizmente deu tudo certo e um mês depois da cirurgia estou ótima. O próprio médico ficou surpreso com a minha recuperação rápida – comemora Ana Carina.
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Sonhos realizados – Na primeira consulta de revisão, quando foi tirar os pontos da cirurgia, 10 dias depois do procedimento, Ana descobriu um piano de cauda, que fica no hall do Instituto e foi doado pelo coordenador do setor de Neurocirurgia do IEC, Paulo Niemeyer Filho, grande admirador de música clássica.
– Meu avô tinha um teclado e eu aprendi a tocar sozinha, mas meu sonho sempre foi tocar um piano de verdade. No dia que entrei no instituto pra operar, soube que minha mãe falou pro médico: “Minha filha vai ficar boa e vai tocar esse piano”. Na consulta de revisão, eu pedi pra tocar e foi maravilhoso. Dessa maneira, também foi possível comprovar que eu não tinha ficado com sequelas na coordenação motora – ressalta Ana.
Após o susto, a paciente já voltou à vida normal. Proibida apenas de fazer atividades físicas pesadas, Ana pretende realizar em breve as provas finais do curso de Biologia, que perdeu por conta da cirurgia, e aguarda a realização de mais um sonho.
– Meu namorado tinha programado me pedir em casamento no dia da alta, mas meu pai não pôde ir. Agora estou esperando o pedido – brinca.
Aproveitando a comemoração da alta ambulatorial, o namorado Fabrício, que a acompanhou na consulta, sacou as alianças, surpreendendo a jovem e sua família com o pedido de noivado à beira do piano do instituto.
– Namoramos há três anos e eu já queria pedi-la em casamento. Quando soubemos da notícia da doença, meu mundo caiu, passei a dar ainda mais valor a nossa relação. Agora criei coragem pra fazer o pedido. Eu já a achava linda, agora a admiro ainda mais – declarou o namorado apaixonado.
Atendimento referenciado – A nova unidade de saúde do Governo do Estado não tem atendimento de emergência, o serviço é integralmente referenciado pela Central Estadual de Regulação. Após o primeiro diagnóstico de necessidade de neurocirurgia, o paciente será encaminhado via Central para realização de consulta para avaliação de exames e risco cirúrgico. O modelo de agendamento de consulta é o mesmo já utilizado há um ano e meio no Rio Imagem – Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) do Governo do Rio. Cada município terá cota de consultas em um sistema online, de acordo com a sua população.
FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br