Plano prevê ações para um envelhecimento ativo
O ato de envelhecer deve ser encarado como uma experiência positiva, com oportunidades contínuas de saúde, participação e segurança
Envelhecer não significa, necessariamente, deixar de fazer atividades, e sim se adequar as suas limitações, sendo assim garantindo uma vida ativa, saudável e com qualidade. A longevidade é considerada uma conquista, mas é preciso preparar a população para um envelhecimento ativo bem sucedido. No mundo inteiro, o fato mais marcante para as sociedades é o processo de envelhecimento populacional, definido como a mudança na estrutura etária da população. É um fenômeno natural, irreversível e mundial.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) adotou o termo “envelhecimento ativo” para expressar o processo de conquista dessa visão. “Ativo” refere-se à participação contínua nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis, e não somente à capacidade de estar fisicamente ativo ou de fazer parte da força de trabalho.
O objetivo do envelhecimento ativo é aumentar a expectativa de uma vida saudável e a qualidade de vida para todas as pessoas que estão envelhecendo, inclusive as que são frágeis, fisicamente incapacitadas e que requerem cuidados.
O Plano de Ações de Enfrentamento às Doenças Crônicas Não Transmissíveis, apresentado pelo Ministério da Saúde no dia 18 de agosto, propõe ações que visam fortalecer o envelhecimento ativo de forma saudável. Segundo a coordenadora de Doenças e Agravos não Transmissíveis, Deborah Malta, para garantir que o envelhecimento seja uma experiência positiva, deve ser acompanhada de oportunidades contínuas de saúde, participação e segurança.
“As pessoas mais velhas que se aposentam e aquelas que apresentam alguma doença ou vivem com alguma necessidade especial podem continuar a contribuir ativamente para seus familiares, companheiros, comunidades e países”, ressalta.
Incentivo a iniciativas interdisciplinares e intersteroiais
A abordagem do envelhecimento ativo baseia-se no reconhecimento dos direitos humanos das pessoas mais velhas e nos princípios de independência, participação, dignidade, assistência e auto-realização conforme estabelecidos pela Organização das Nações Unidas. Para isso, é necessário promover bases de conhecimento sobre gerontologia e geriatria através de iniciativas de treinamento e de pesquisa.
Deborah Malta destaca que é preciso enfatizar o incentivo a iniciativas interdisciplinares e intersetoriais, principalmente aquelas direcionadas aos países em desenvolvimento, que enfrentam os índices rápidos e sem precedentes da população que está envelhecendo, dentro de um contexto de pobreza predominante e problemas de infraestrutura não solucionados.
ESTATÍSTICAS – O Brasil, hoje, apresenta um contingente de aproximadamente 21 milhões de idosos (pessoas com idade igual ou superior a 60 anos); em 2025 esse número passará para 32 milhões, quando o Brasil ocupará o sexto lugar no mundo em população idosa, e em 2050 o percentual de idosos será igual ou superior ao de crianças de 0 a 14 anos.
Existem diversos fatores que contribuem para a maior expectativa de vida e, consequentemente, para o aumento da população idosa. A população idosa brasileira tem crescido de forma rápida e dentro desse grupo, os denominados “mais idosos, muito idosos ou idosos em velhice avançada” acima de 80 anos, também vem aumentando proporcionalmente e de maneira mais acelerada, constituindo o segmento populacional que mais cresce nos últimos tempos, sendo hoje mais de 12% da população idosa.
Em 1900, a expectativa de vida do brasileiro era de 33 anos; hoje, para as mulheres, com 76,8 anos, do que para os homens, com 69,3 anos, segundo dados do IBGE.
Ações propostas pelo Plano
– Fortalecer ações de promoção de envelhecimento ativo e saudável na Atenção Básica de Saúde.
– Apoiar as estratégias de promoção de envelhecimento ativo na área de saúde suplementar.
– Adequar as estruturas dos pontos de atenção da rede para melhorar a acessibilidade e o acolhimento aos idosos.
– Ampliar e garantir o acesso com qualidade à tecnologia assistiva e a serviços para pessoas idosas e com condições crônicas.
– Promover a ampliação do grau de autonomia, da independência para o autocuidado e de uso racional de medicamentos em idosos.
– Organizar as linhas de cuidado para as condições crônicas prioritárias e idosos frágeis, ampliando o acesso com qualidade.
– Ampliar a formação continuada dos profissionais de saúde para o atendimento, acolhimento e cuidado da pessoa idosa e de pessoas com condições crônicas.
– Fortalecer e expandir a formação do cuidador da pessoa idosa e com condições crônicas na comunidade.
FONTE: Ministério da Saúde
http://www.saude.gov.br/