Programa inédito de cirurgia bariátrica do Governo do Rio já operou 200 pacientes
Muitos pensam que trata-se apenas de uma questão estética. Mas, na verdade, a cirurgia bariátrica, mais conhecida como cirurgia de redução de estômago, tem possibilitado mais saúde e qualidade de vida para um número cada vez maior de pacientes. Isso por conta do Programa de Cirurgia Bariátrica da Secretaria de Estado de Saúde, que foi implantado em dezembro de 2010 e já operou 200 pacientes, marca histórica atingida essa semana. O responsável pelo programa é o médico Cid Araújo Pitombo, mestre e doutor em cirurgia e membro do Comitê de Educação Continuada da Sociedade Americana de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e também membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Videoendoscópica.
Experiente, Cid Pitombo realizou mais de mil cirurgias com a técnica de videolaparoscopia no Brasil e em países como México, Índia, Costa Rica e outros. Para o Programa estadual, o médico montou uma equipe multidisciplinar de 20 profissionais – entre eles médico cirurgião e assistente, anestesista, nutrólogo, endocrinologista, nutricionista, fisioterapeuta, instrumentador e enfermeiro. A capacidade do Programa é de realizar 20 cirurgias por mês e elas estão sendo realizadas no Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes.
Cirurgia sem fila de espera – Para se candidatar a uma cirurgia bariátrica no Programa do Estado, o paciente deve procurar um atendimento ambulatorial mais próximo de sua casa para que um médico faça uma primeira avaliação se a cirurgia é necessária ou não. Se a operação for indicada, o médico solicita uma segunda avaliação para a Central de Regulação de Cirurgia Bariátrica do Estado, que encaminha o pedido de forma online ao Instituto ACHILES. O paciente é contatado e tem uma consulta de avaliação marcada. E, importante, não há fila de espera.
O paciente que tiver Índice de Massa Corpórea dentro do indicado (maior que 40kg/m² ou maior que 35kg/m² quando associado a fatores de co-morbidade, como hipertensão e diabetes, entre outros), que preencham os pré-requisitos do Ministério da Saúde e não tiverem doenças graves associadas são avaliados, preparados e operados. A equipe do médico Cid Pitombo também acompanha todo o pós-operatório especializado, com orientações de nutricionista, psicólogo e avaliação periódica pelo cirurgião.
Vantagens da metodologia – Segundo o cirurgião Cid Pitombo, o Rio de Janeiro tem o primeiro programa com a totalidade das cirurgias feitas exclusivamente por videolaparoscopia. A utilização da técnica apresenta diversas vantagens na comparação com as técnicas convencionais: reduz o tempo de cirurgia e anestesia; menor incidência de complicações imediatas ou no pós-operatório; retorno mais rápido às atividades cotidianas e ao trabalho e resultado estético superior aos das técnicas convencionais. Além disso, a técnica – feita através de pequenos furos, nos quais são introduzidos uma microcâmera e micropinças – apresenta menos de 1% de mortalidade em grupos operados.
A diferença para quem se submeteu a uma cirurgia bariátrica – Uma das primeiras pacientes a ser operada pelo programa, a administradora Fernanda Wanick, de 33 anos, já perdeu 42 dos 119 quilos que tinha ao ser submetida à cirurgia bariátrica. Ela conta que aguardou apenas dois meses para ser operada, tempo muito menor do que ela imaginava. “Foi muito rápido. Eu estava confiante de que seria operada, mas não pensei que seria tão rápido”, revelou Fernanda.
A administradora acrescentou que está sendo muito bem atendida pela equipe e que recomenda às pessoas que tenham obesidade mórbida que recorram ao programa da Secretaria de Estado da Saúde. “Quando tenho qualquer dúvida, ligo para os cirurgiões, para a nutricionista e recebo orientações imediatas. Foi a melhor coisa que eu fiz na minha vida e recomendo para todo mundo. Sempre que vejo uma pessoa obesa, tenho vontade de parar essa pessoa na rua e falar para ela do programa”, destacou Fernanda.
Tomógrafo especial para pessoas obesas – Pacientes com excesso de peso que não conseguiam realizar exames de tomografia computadorizada na rede estadual passarão a ser atendidos no Hospital Estadual Carlos Chagas a partir do primeiro semestre de 2012. Com capacidade de realizar exames em pacientes com até 300 quilos, o tomógrafo computadorizado de última geração já foi adquirido pela Secretaria de Estado de Saúde a partir de processo licitatório e deve chegar ao Brasil até o final de dezembro.
Com investimento de R$ 1,59 milhão e garantia total de três anos, o novo equipamento também pode realizar exames de coração, com análise da artéria coronária, garantindo, assim, duas demandas que não eram atendidas pela rede estadual. O equipamento será instalado no HECC, que está passando por obras de adaptação – tanto na rede física quanto na elétrica – para receber o novo tomógrafo.
FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br/