Projeto Triagem Pré-Natal garante detecção precoce de sífilis e outras doenças
Que o pré-natal é fundamental para garantir o bom acompanhamento de mãe e bebê, todo mundo já sabe. Mas este período é também estratégico para a detecção de doenças transmissíveis como Sifilis, HIV-Aids, Toxoplasmose e Hepatite B, que comprometem o estado de saúde materno e da criança durante a gestação. A Secretaria de Estado de Saúde, através da Superintendência de Atenção Básica e Área Técnica da Mulher, Criança e Adolescente, vem desde julho de 2011 implantando a Rede Cegonha no estado e fazendo importantes avanços na informação e no diagnóstico de doenças como essas no período da gravidez.
No estado do Rio de Janeiro, foram notificados entre o ano de 2000 e 2010, 15.159 casos de sífilis congênita em menores de um ano de idade. Em relação à taxa de incidência no estado, oscilaram entre 5,2 em 2001, e 6,9 casos por 1000 nascidos vivos em 2010, sendo observado um crescente aumento da incidência a partir do ano de 2007.
Dentre as regiões do Estado do Rio de Janeiro, aquelas responsáveis pelas maiores taxas de incidência foram a região Metropolitana I (6,9 /1000 nascidos vivos em 2010) e Metropolitana II (6,0/1000 nascidos vivos em 2010).
A sífilis, como uma das doenças mais prevalentes do grupo, gera graves riscos para o bebê, podendo levar desde internações prolongadas para tratamento da forma congênita da doença até o óbito fetal. No período de 2000 a 2010, ocorreram 503 óbitos fetais e 230 óbitos não fetais por sífilis, segundo dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). A maior taxa de mortalidade observada no período analisado foi de 15,9 óbitos / 1.000 nascidos vivos, em 2002.
O diagnóstico precoce da doença permite a possibilidade de tratamento da gestante e de seu parceiro, tendo eficácia elevada, garantindo cura para a mãe e consequentemente para seu filho.
Projeto Triagem Pré-Natal – Esse diagnóstico deve ser feito nas Unidades de Atenção Básica, nas redes municipais de saúde, e nos serviços que realizam pré-natal no SUS. O projeto de triagem Pré-Natal, que utiliza a tecnologia do papel de filtro desenvolvido pelo Instituto Vital Brazil (IVB), está implantado em 70 municípios do Rio de Janeiro e é uma ferramenta valiosa para o enfrentamento do combate à sifilis, na medida em que oferece diagnóstico rápido, com coleta nas unidades e retorno dos resultados em 15 dias.
Em 2010, foram triadas 9.857 grávidas no estado e 150 tiveram exames de sífilis positivos. Em 2011, foram 30.261 grávidas e 706 com resultado positivo.
O papel de filtro – A tecnologia de papel de filtro utiliza apenas algumas gotas de sangue obtidas por meio de um pequeno furo no dedo do paciente. O método de coleta de sangue é simples, eficaz e não precisa de condições especiais de armazenamento e transporte das amostras. Também elimina a necessidade de grandes investimentos em treinamento. O uso do papel de filtro para a coleta de amostras para os estudos em laboratório é usado há várias décadas, mas teve participação tímida até agora, quase limitada às triagens neonatal (mais conhecido como teste do pezinho, voltado para estudos de doenças genéticas e metabólicas) e à prevenção de doenças transmissíveis nas triagens pré-natais. Essa tecnologia é vantajosa porque é mais barata, mais rápida, mais fácil de transportar e tem eficácia comprovada.
Rede Cegonha – Constitui-se na organização de uma rede de cuidados que assegure à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e à criança o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis. Está implantada nos dezenove municípios das Regiões Metropolitanas I e II. A implantação da Rede Cegonha em sua totalidade permitirá a qualificação de todos os pontos de atenção, nos processos de trabalho, e nos investimentos financeiros que melhoram a ambiência e o custeio dos serviços.
FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro