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Rede de balanço em incubadora ajuda bebês prematuros a relaxar e se desenvolver

Técnica utilizada na maternidade do Hospital Estadual Rocha Faria facilita o ganho de peso e dá aconchego às crianças

unnamedPequena Ana Júlia dos Santos Braz, de apenas dois meses de idade, tem todos os dias um compromisso de deixar muito marmanjo morto de inveja: ela passa cerca de uma hora e meia deitada em uma rede, dentro da incubadora da Unidade Neonatal Intermediária da Maternidade do Hospital Estadual Rocha Faria. Sinônimo nacional de momentos de muito prazer e relaxamento, a rede oferece uma série de vantagens para tratar bebês prematuros nascidos na unidade, tais como mais conforto, calma e estímulo motor, além de favorecer a recuperação mais rápida. O método poupa as energias do bebê, o que favorece o ganho de peso. Além de relaxar os bebês, o método oferece apoio no desenvolvimento das crianças e tem a intenção de simular o ambiente do útero materno.

O método vem sendo usado desde o início do ano nas Unidades de Terapia Intensiva e Intermediária Neonatal da maternidade e os resultados estão sendo aplaudidos pelas equipes. Os bebês que passam por essa experiência apresentam ganho de peso e muitos começam a amamentação no peito mais rápido. Na avaliação da coordenadora médica da Neonatologia do Hospital Rocha Faria, Maria Angélica Sveiter, a terapia estimula o desenvolvimento motor do bebê: “Quando ele é colocado na rede, isso simula  que o bebê ainda está dentro do útero, com liberdade de movimentos. Além de reduzir o stress, essa terapia estimula o desenvolvimento motor do bebê”, explicou. Angélica acrescenta que o bebê é colocado na rede todos os dias, por um tempo máximo de uma hora e meia, sempre depois de ser alimentado e em uma posição que seja confortável para ele.

O conforto é tanto que a Ana Júlia, que nasceu prematura após 27 semanas de gestação, reage imediatamente após ser colocada na rede. Ela abre os braços e pernas, se espreguiça e, não é raro, acaba jogando uma das pernas para fora da rede. A mãe de Ana, Laís Braz Felício, de 20 anos, garante que o bebê tem apresentado desenvolvimento rápido com a terapia. “Ela nasceu com 1,032 quilo. Logo na UTI, ela já foi colocada na rede, e quando entrei e a vi deitada, achei divertido. A equipe me explicou todo o procedimento e hoje eu acho que a Ana desenvolveu muito mais rápido. O que me chama mais a atenção é que o peso dela cresceu bem rápido, ela está com 1 quilo e 780, e mama no peito. Me sinto 100% segura do método” completou.

A coordenadora de Enfermagem da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital Rocha Faria, Milierne Evangelista, está contabilizando os resultados apresentados até agora pelo método. Ela acrescenta que com o uso da rede na incubadora, o bebê simula a mesma posição de quando estava no útero da mãe e mantém um padrão adequado de desenvolvimento, similar aos que nasceram no tempo esperado: “Durante a gestação, o ambiente intra-uterino é diferente do meio externo. Aqui foram existe muito barulho, faz frio, claridade, e a assistência humanizada contribui para minimizar esses fatores durante a recuperação desse prematuro”, completa.

Mãe de primeira viagem e já enfrentando o susto de ter um filho prematuro, Stephanny da Silva Martins, de 19 anos, relata que o pequeno Emanuel, de um mês de idade, avalia que o filho gosta de ser mantido na rede: “Ele fica todo espalhado e bem mais calmo. Quado chegou aqui na Unidade Intermediária, ele não mamava, era alimentado com sonda. E agora, cerca de dez dias depois de começar esse tratamento, já está amamentando e ganhou bastante peso. Ele nasceu com 1,2 quilo e já está com 1,8 kg”, contou.

Atualmente, são quatro redes em funcionamento nas unidades de terapia intensiva e intermediária da maternidade, mas outras dez serão instaladas nos próximos dias, para aumentar o número de bebês beneficiados pelo processo. A previsão é a de que a técnica da rede seja estendidas a todas as maternidades da rede estadual de saúde ainda no primeiro semestre deste ano.

Outras técnicas –A maternidade do Hospital Estadual Rocha Faria tem sido pioneira na introdução de técnicas para auxiliar no desenvolvimento dos bebês. A unidade dispõe, por exemplo, do Projeto Pai Canguru, criado para tornar possível o contato mais próximo entre os pais e o recém-nascido prematuro, promovendo a interação, fortalecendo o desenvolvimento psicoafetivo do bebê e garantindo aos pais a segurança necessária para cuidar e diminuir o sofrimento de seu filho nesta etapa delicada. Quando realizado pelo pai, o método também pode ajudar a transmitir à mãe a certeza de ter ao seu lado um companheiro que vai apoiá-la nesta fase. Além do Pai Canguru, técnicos da unidade ensinam as mães o método da Shantala, uma técnica oriental de massagem que permite acalmar um bebê recém-nascido, evitar cólicas e criar um momento único entre as mães e seus filhos. A equipe da maternidade ensina ainda como dar banho nos bebês num ofurô feito com baldinhos e água morna, acalmando os recém-nascidos e estreitando laços entre mães e filhos.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br