Secretaria de Estado de Saúde alerta para baixa procura na 2ª fase de vacinação contra o HPV
Cobertura está em apenas 44%, muito abaixo dos 80% estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Eficácia da vacina está condicionada às três doses
É de apenas 44% a cobertura da segunda fase de vacinação contra o HPV, muito abaixo da meta nacional de 80% estabelecida pelo Ministério da Saúde. Nesta fase, que teve início em 1º de setembro, estão sendo imunizadas meninas entre 11 e 13 anos. Diante da baixa procura pela vacina, a Secretaria de Estado de Saúde alerta para a importância da proteção contra o vírus, principal causador do câncer de colo de útero.
– Sabemos que muitas meninas deixam para a última hora, mas é importante lembrar que a vacina é segura e utilizada por diversos países do mundo. A eficácia, porém, está condicionada às três doses da vacina – alerta o superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da SES, Alexandre Chieppe.
Ele alerta também para que as secretarias municipais de Saúde não deixem de manter atualizados os índices de cobertura em seus municípios.
– É importante que os municípios mantenham essas informações atualizadas, para que a Secretaria de Estado de Saúde possa trabalhar com os dados mais fidedignos à realidade e assim, incentivar a maior adesão das adolescentes à vacina – completa Chieppe.
Na primeira fase da campanha, que vacinou meninas de 9 a 11 anos, o estado do Rio de Janeiro ultrapassou a meta estipulada pelo Ministério da Saúde e chegou a 88,41% de cobertura.
O Ministério da Saúde informa que a vacina contra HPV é segura e recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para prevenção do câncer do colo do útero – terceiro tipo mais frequente na população feminina e terceira causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima a prevalência de 15 mil novos casos e cerca de 5 mil óbitos por câncer do colo do útero em 2014.
A vacinação é utilizada como estratégia de saúde pública em outros 51 países, que já realizaram a imunização de mais de 175 milhões de doses desde 2006, sem registros de eventos que pudessem pôr em dúvida a segurança da vacina.
Quem deve se vacinar – O cronograma de vacinação deve ser seguido da seguinte forma: a segunda dose deve ser tomada seis meses após a primeira, e a terceira dose cinco anos depois. A proposta é que em 2015 a vacina seja oferecida para as adolescentes de 9 a 11 anos e, em 2016, às meninas de 9 anos. Para receber a dose, basta apresentar o cartão de vacinação ou documento de identificação. Para as meninas que não tomaram a primeira dose, a vacina permanece disponível nos postos de vacinação, pois foi incorporada no calendário de imunização do sistema público de saúde.
A vacina oferecida é a quadrivalente e confere proteção contra quatro subtipos de HPV (6, 11, 16 e 18), tendo 98% de eficácia. Os subtipos 16 e 18 são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero em todo mundo e os subtipos 6 e 11 por 90% das verrugas anogenitais.
Mais de 80% de cobertura – Dos 92 municípios do estado, apenas sete já bateram a meta de 80% de imunização contra o HPV. São eles: Comendador Levy Gasparian, Três Rios, Miracema, Rio das Ostras, Campos dos Goytacazes, Itaguaí e Sumidouro.
Eventos adversos – Para investigar os casos de possíveis eventos adversos, o Programa Nacional de Imunizações mantém o Comitê Interinstitucional de Farmacovigilância de Vacinas e outros Imunobiológicos. Desde o início da vacinação, em março de 2014, 91% dos eventos associados à vacina contra HPV foram classificados como leve – reações como dor no local de aplicação, coloração avermelhada da pele, dor de cabeça.
Doença – O vírus HPV é a principal causa do câncer do colo de útero, o terceiro tipo mais frequente entre as mulheres, atrás apenas do câncer de mama e de cólon e reto. Com a introdução da vacina no SUS, espera-se a redução da incidência e da mortalidade por esta doença.
O HPV é um vírus transmitido durante a relação sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Assim sendo, o contágio pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 291 milhões de mulheres no mundo são portadoras do HPV. No Brasil, cerca de 685 mil pessoas são infectadas por algum tipo do vírus a cada ano.
Sintomas – A infecção normalmente causa verrugas de tamanhos variáveis. Nas mulheres, os sintomas mais comuns surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do útero. Nos homens, é mais comum na cabeça do pênis e na região do ânus. As lesões do HPV também podem aparecer na boca e na garganta. No entanto, homens e mulheres podem estar infectados sem apresentar sintomas.
Tratamento – O vírus do HPV pode ser eliminado espontaneamente, sem que a pessoa saiba que estava infectada. Uma vez feito o diagnóstico, o tratamento pode ser feito com medicamentos ou cirúrgico. O câncer de colo de útero é o crescimento anormal de células do útero. Essas alterações têm como principal causa a infecção por alguns tipos de HPV. Para prevenir a contaminação, o ideal é fazer acompanhamento regular com o médico, realizar exames preventivos e usar preservativos durante relação sexual.
FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br