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Simpósio de gestão do conhecimento nuclear realizado no IEN discutiu iniciativa precursora para curadoria digital de dados de pesquisa

Com a presença de representantes de organizações do setor nuclear e de especialistas das áreas de ciência da informação e de gestão do conhecimento, o Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), unidade da CNEN no Rio de Janeiro, realizou no dia 4 de setembro o I Simpósio de Gestão do Conhecimento Nuclear. O evento, que teve o apoio da Eletronuclear, da Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN) e do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT/MCTI), marcou o lançamento oficial da Plataforma Carpe dIEN, repositório de dados e informações técnico-científicas produzidos na instituição.

A plataforma, que recentemente passou a integrar o ranking mundial de repositórios digitais institucionais, surge como uma promissora ferramenta para a gestão do conhecimento e para a preservação da memória institucional, temas centrais do simpósio, que teve como objetivo primordial promover a conscientização entre os pesquisadores do IEN e da CNEN sobre a importância da preservação, compartilhamento e reuso dos dados de pesquisa.

* Panorama global da gestão do conhecimento

Organizado em duas mesas temáticas mediadas por Fabiane Braga, especialista em gestão do conhecimento e gestora do Centro de Informações Nucleares da CNEN (CIN/CNEN) e Luana Sales, pesquisadora em ciência da informação e líder do grupo de pesquisa de Gestão do Conhecimento Nuclear do IEN, o simpósio teve início com um panorama global sobre o tema. Regina Cianconi, professora do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal Fluminense (UFF) e uma das precursoras da área de gestão aplicada ao conhecimento nuclear, apresentou um panorama evolutivo das áreas de gestão da informação e gestão do conhecimento e ressaltou o papel preponderante das comunidades e do ambiente de informação para a definição e ampliação da área de gestão do conhecimento.

Patricia Wieland, ex-diretora adjunta do IEN e atual diretora na World Nuclear University (WNU), falou sobre os esforços da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para promover a gestão do conhecimento nuclear, especialmente por meio de ações de treinamento, e-learning e rastreamento de boas práticas, destacando ainda o trabalho da WNU de articulação entre universidades, institutos de pesquisa e indústria para identificar e responder a demandas do setor nuclear. Já a consultora Elizabeth Gomes, autora de vários livros sobre o tema, avaliou como a gestão do conhecimento tem sido tratada no ambiente organizacional e que impactos traz para os resultados das empresas.

* Preservação do conhecimento

Na segunda mesa de debates, Lena Vânia Ribeiro Pinheiro, pesquisadora do IBICT, Maria de Nazaré Pereira (“Nazinha”), consultora da UNESCO em projeto do IBICT sobre big data e mapeamento de competências e Paulo Victor Rodrigues de Carvalho, pesquisador do IEN, debateram a importância da curadoria e do compartilhamento dos dados de pesquisa para a preservação e disseminação do conhecimento. Para Lena Vânia, ao implementar a Plataforma CarpedIEN, “o IEN tem a chance de ter o primeiro modelo de curadoria digital de dados de pesquisa no país”.

De acordo com o diretor do IEN, Paulo Berquó de Sampaio, o próximo passo para a implantação da base envolve a elaboração de uma política para curadoria da memória técnico-científica do Instituto. “Essa iniciativa reflete não apenas a necessidade de regulamentar os mecanismos de preservação e de ampliação da visibilidade dos produtos e resultados gerados, mas também de reforçar os instrumentos de validação desses produtos e resultados, o que permitirá o uso de indicadores de avaliação mais confiáveis e a otimização da gestão dos recursos e investimentos em pesquisa”.

FONTE: CNEN
http://www.cnen.gov.br