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Transplantes no Rio de Janeiro

A coordenação do Programa Estadual de Transplante (PET) lamenta o falecimento dos três pacientes e informa que o prontuário da paciente doadora, ao qual o médico tem acesso antes de realizar a retirada do órgão, não indicava cultura positiva para nenhuma bactéria. O PET informa que sua equipe sempre avalia clinicamente os potenciais doadores antes da captação dos órgãos — procedimento que atende às regras estabelecidas pelo Sistema Nacional de Transplantes. No caso, o rastreio microbiológico feito na paciente apresentou resultado negativo, ou seja, a paciente não tinha um quadro clínico séptico que inviabilizasse a doação dos órgãos. No dia da captação do órgão, a paciente voltou a ser avaliada e não apresentava nenhum sinal de sepse. Além disso, no momento da captação, o cirurgião da unidade que receberá o órgão (neste caso, do Hospital Silvestre) realiza uma avaliação em que o aspecto macroscópico do órgão retirado do doador é o fator mais importante para a tomada de decisão. Os órgãos retirados da paciente apresentavam aspecto anatômico apto para o transplante.  Todas as informações constam dos documentos que são encaminhados aos hospitais transplantadores juntamente com os órgãos. A decisão final de transplantar ou não é da equipe cirúrgica que atende o receptor.

O transplante de rim deve ser feito em até 36 horas após a retirada do órgão e o de fígado, em até 12 horas. Os dados de literatura de transplante mostram uma incidência de cerca de 1% de transmissão de doenças de doadores para receptores e o PET esta dentro dessa faixa. Se for confirmado, esse será o primeiro caso desde a existência do PET.

Números –  De 2010 a junho de 2013, já foram realizados 954 transplantes de doadores falecidos  – 27 coração, 602 rim e 325 fígado. Somente em 2013, já foram feitos 251 transplantes de rim e de fígado – 59 de fígado e 192 de rim. Já foram captados, 63 fígados e 166 rins – entre os rins, 24 foram disponibilizados para outros estados brasileiros. Desse total de 24 rins enviados para outros estados em 2013, 14 foram antes da inauguração do Centro Estadual de Transplante, que há dois meses funciona no Hospital São Francisco de Assis, na Tijuca, transformando a realidade de muitos pacientes do estado que precisavam buscar cirurgias em outras unidades da federação. Para se ter uma ideia dessa mudança, no mesmo período de 2012, quando não existia o CET, foram 40 órgãos enviados para outros estados.

Atribuições do PET – Criado com o objetivo de aumentar o número de transplantes de órgãos e tecidos no Estado do Rio de Janeiro, o PET investiu na implantação de quatro Coordenações Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Hospital Estadual Getúlio Vargas, Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, Hospital Estadual Azevedo Lima e Hospital Estadual Alberto Torres). Esta iniciativa proporcionou um contato direto entre os médicos que cuidam de possíveis doadores e os familiares destes pacientes. Além disso, o PET otimizou a comunicação com a população – através do Disque-Transplante (155), do site do programa e de cartilhas distribuídas em hospitais estaduais. O trabalho de capacitação foi constante e se deu a partir da organização de cursos, entre eles, o curso espanhol Transplant Procurement Management (TPM), um dos mais conceituados do mundo. Este trabalho transformou o Estado do Rio em uma das referências nacionais na área de doação de órgãos.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br