Um olhar clínico sobre o uso do salto alto
Para os profissionais das técnicas radiológicas que lidam diariamente com uma série de imagens radiográficas, computadorizadas e de ressonância, não é difícil perceber (pela imagem) o estresse físico que o salto alto causa nas articulações e na estrutura óssea das mulheres. Grande parte delas sacrificam o próprio conforto e a saúde em nome da moda e da beleza. Até mesmo as crianças são induzidas, cada vez mais cedo, a utilizar o calçado.
Dor na coluna, encurtamento dos músculos da panturrilha, tendinite, rigidez, engrossamento do tendão de Aquiles, bolhas, calos, dificuldades de andar descalço, joanetes (saliência óssea) e até mesmo risco de osteoartrite. A lista de consequências que o uso frequente do salto alto pode desencadear em quem o utiliza é longa, fora os riscos de torção e quedas. Para as Técnicas e Tecnólogas em Radiologia, por exemplo, o salto alto pode se tornar um incômodo, uma vez que o cuidado com o paciente e a movimentação constante no trabalho amplia as chances de uma lesão.
De acordo com a fisioterapeuta Juliana Mancuso, especialista em ortopedia e traumatologia, para termos o funcionamento correto do nosso sistema circulatório, os pés devem estar em angulação de 90° em relação ao solo. “Assim, podemos exercer o bombeamento de sangue nos membros inferiores, a fim de fazer com que a circulação sanguínea se movimente e faça seu papel de nutrir e oxigenar os tecidos musculares, o tecido ósseo e a pele, evitando inchaços nos pés”, explica.
Tipos de salto alto
Dos tipos de salto altos, o mais prejudiciais são os saltos acima de seis centímetros, uma vez que, quanto mais alto, maior é a pressão que o corpo exerce sobre os pés. A situação se agrava ainda mais se o tipo do sapato for de ponta fina em que os dedos são pressionados a se deformar. Clique aqui para ver um infográfico sobre cada tipo de calçado.
O tipo de salto influi no equilíbrio ao andar, se mais fino ou mais grosso, facilitando ou não o caminhar, ou sendo mais suscetível a torções. Saltos mais grossos dão uma base maior e podem oferecer ao tornozelo um pouco mais de equilíbrio do que os saltos mais finos ou tipo agulha, pois a base é bem diminuída favorecendo a perda do equilíbrio em terrenos acidentados.
Reduza os danos
Para quem não abre mão de utilizar o calçado, Juliana Mancuso explica que é necessário, pelo menos, amenizar os prejuízos e alternar o uso do salto alto ao longo dos dias. “Alternar os dias ou os períodos em que a pessoa o utiliza, com saltos mais baixos, já ajuda bastante. Praticar exercícios, academia, uma boa caminhada no parque – com tênis apropriado – faz com que os músculos não se atrofiem, porque não se acostumam com um tipo específico de salto”, recomenda a fisioterapeuta.
FONTE: CONTER
http://www.conter.gov.br