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Unidades estaduais de saúde oferecem tratamento para jovens e adolescentes obesos

A cirurgia bariátrica no Hospital Estadual Carlos Chagas e o ambulatório do  Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia ajudam em todo o processo de emagrecimento, contemplando até mesmo o tratamento ao bullying 

Criado em 2010, o Programa Estadual de Cirurgia Bariátrica é pioneiro no tratamento de jovens e adolescentes obesos.  Desde então, mais de 30 pacientes nesta faixa etária já passaram pelo programa do Governo do Estado, que dispõe de  equipe multidisciplinar formada por médicos, psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros. O Programa já tratava jovens pacientes dois anos antes da divulgação de portaria do Ministério da Saúde, permitindo a realização da redução de estômago pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para pacientes a partir dos 16 anos.  A ideia é focar em atendimento especializado e preventivo, ou seja, redução do peso com dietas. O motivo da opção prioritária pela não intervenção cirúrgica de imediato está relacionado aos eventuais danos psicológicos em pessoas tão jovens.

– Não há uma restrição sobre operar ou não um paciente mais novo. Mas principal objetivo, num primeiro momento, é fazer um tratamento para ajudá-lo a reduzir o peso e a se reeducar. Só fazemos a intervenção em casos extremos – explica o médico Cid Pitombo, coordenador do Programa.

Luiz Alberto Kron, de 22 anos, começou a ser acompanhado pela equipe do programa estadual aos 17 anos, quando tinha 136 quilos (ele mede 1,75m), mas só aos 18 fez a cirurgia. Perdeu 70 quilos em cerca de oito meses.

– Está tudo bem com a minha saúde, passaria por tudo novamente. Hoje estou mais disposto. Perdi, em peso, o equivalente a um Luiz Alberto – disse ele.

Mais de 800 pacientes operados – Implantado em dezembro de 2010, o programa do Governo do Estado já operou 816 pacientes, mudando o cenário do Rio de Janeiro nessa área: um crescimento de mais de 3.000% no número de cirurgias realizadas pelo SUS em pacientes de todo o estado. Juntos, os pacientes que operaram no projeto já perderam mais de 3,5 toneladas.

Ambulatório infanto-juvenil do Iede – Além do Programa de Cirurgia Bariátrica, o Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (Iede), no Centro do Rio possui um serviço diferenciado que atende crianças obesas ou com sobrepeso. O Ambulatório infanto-juvenil do Iede trabalha em prol de um objetivo: modificação de estilo de vida (MEV). A partir desse referencial, a finalidade é que o paciente perca entre 30 e 40% do seu peso, ajudando a reduzir o risco cardiovascular e as comorbidades associadas à obesidade. Primeiramente, é feito o diagnóstico diferencial, que avalia se a obesidade tem causas exógenas, que estão relacionadas ao excesso de ingestão de calorias e/ou pela falta de atividade física, causas de origem genética, psiquiátrica (transtornos alimentares), endócrina (hipotireoidismo, por exemplo), causadas por medicamentos (corticoides, anticonvulsivantes, etc), entre outras. Após classificar e separar esses diagnósticos, a equipe monta o encaminhamento e tratamento necessários.

– Normalmente, a meta é a perda de meio quilo por mês ou pelo menos a manutenção do peso. As consultas acontecem, em média, a cada dois meses e são feitas por uma equipe multidisciplinar, além de consultas com o serviço social. Fazemos ainda reuniões com os pais a fim de trocar experiências, orientá-los sobre o que deve ser comprado no mercado, sobre a merenda escolar, stress, entre outros assuntos relacionados. É também um ótimo momento onde as crianças conseguem se colocar e contar sua história – detalha Carmen.

Bullying nunca mais – O ambulatório de obesidade infanto-juvenil recebia, diariamente, muitas reclamações de pais sobre as discriminações sofridas por seus filhos na escola. Diante disso, palestras sobre buylling são realizadas mensalmente na unidade, procurando esclarecer dúvidas sobre o comportamento de seus filhos na escola e como eles devem proceder em caso de bullying. Além disso, assuntos como doenças crônicas provocadas pela obesidade e atividade física ideal para os jovens pacientes também são abordados.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br