Viagem à Tanzânia em prol da saúde
Durante uma semana, as profissionais do Into tiveram a oportunidade de conhecer a embaixada do Brasil no país, o Ministério da Saúde local e várias alas do hospital como a oficina de órteses e próteses, as enfermarias e o centro cirúrgico. Tiveram encontros com autoridades e gestores e puderam entrar em contato com a realidade de um hospital público considerado referência na África.
De acordo com a fisiatra Maria Luiza, é possível comparar a realidade da saúde de Muhimbili com o que se via no Brasil há mais de 30 anos. “As muletas são de madeira, as camas ficam suspensas com o auxílio de pedras e pedaços de tocos. Há mosqueteiros espalhados pela enfermaria e as mães e crianças internadas dormem numa mesma cama. Psicólogos e terapeutas ocupacionais não são reconhecidos, sendo o trabalho destes profissionais realizado pela pequena equipe de enfermeiros e fisioterapeutas”, exemplifica.
Segundo a dupla, a maior demanda no hospital é decorrente de traumas ocasionados por acidentes de trânsito. “A organização no que diz respeito ao tráfego nas ruas é caótico”, lembra. A hidrocefalia também é muito comum entre os pacientes, decorrentes de infecção.
Ao final da missão, foi realizado um encontro para discussão entre os profissionais locais e os representantes brasileiros. Um projeto, com orçamento já aprovado pela Agência Brasileira de Cooperação, foi apresentado identificando as reais necessidades do hospital na área da reabilitação ortopédica pediátrica. A partir daí, serão desenvolvidas algumas ações intermediadas pelo Ministério da Saúde e Embaixada em prol do país africano. “O projeto inclui a realização de um levantamento sobre o perfil da população atendida em Muhimbili pela equipe do hospital, treinamento de profissionais no Brasil e a replicação por lá dos ensinamentos aprendidos por aqui. Para o futuro, espera-se ainda poder contribuir na orientação e educação dos cuidadores dos pacientes internados ”, finaliza Maria Luiza.